Ouvir banda resgate me lembra 2002.
Escrevo esta carta e rasgo. Rasgo 24 horas inteiras, rasgo os malditos 7 meses. Rasgo uma vida; ou duas. As nossas. Escrevo, apago e grito na janela. Grito na almofada, em sonho, em qualquer lugar. Grito de longe, tão longe, que nem sei mais…
Ando na rua tomando sorvete e só você me vê, em prantos. Sentada no último banco do ônibus, me odiando. “Porque eu nunca te amo?”! Porque eu nunca olhei nos seus olhos e te amei simples, ali. E você sempre soube. Se eu pudesse dizer que já senti tanta coisa, e que amor é só uma figura de linguagem…
E eu nunca vou saber a minha verdade. Se minha vida sempre foi um blog aberto, ou se deixo o caminho de pedras pra você me achar. Ou se jogo em você as pedras, só porque te odeio.
Acho que quando você morrer eu vou sentir a sua alma deixando o mundo. Porque, assim como 29 de fevereiro, você sempre volta. Em ano de copa do mundo você sempre volta. Nos 3 dias do ano que eu não tenho certeza se é seu aniversário, você volta…
E eu me perco de madrugada, me odiando. “Porque eu nunca te deixo ir embora?”! Embora, ainda assim, tem aquelas pessoas que ficam, e teve você.