O que eu posso fazer é tentar jogar pensamento fora. Escrever pra esquecer. Mas nunca soube se isso funciona mesmo. Acredito mais no tempo. Tempo e vida curam tudo. Não apenas o tempo, porque não adianta nada sentar e esperar passar. Não só a vida porque cinco dias vividos intensamente quase não me fizeram sair do lugar. Quase.
Dizem que o primeiro passo é aceitar a nova condição. E essa parte está caminhando lentamente. Todo paparico que recebi até hoje só me serviu pra atrapalhar o aceitar. E eu achava que isso servia pra levantar astral… Tudo mundo vê, menos ele?
Aceitar é chato porque o tempo longe faz a cabeça pensar nas artimanhas pra ficar perto. Dar um jeitinho. Tudo tem jeito. Eu digo pra minha cabeça que não, porque ELE não quer. E isso não é um objeto que pode ser consertado. É apenas um fato. Fatalidade, já que sou dramática.
Eu repito pra cabeça: _ Eu fui adepta ao “just the way you are” e não quis transformá-lo em outra pessoa, mas ele não quer. Eu tentei propor só uma distância pra esclarecer a mente sobre o que queremos, mas ele não quer. Eu fui sincera e contei tudo que se passou na minha vida, mas ele não acredita. Eu o quis e olhava pra ele como o ser adorado que ele gostaria porque eu o via assim, mas ele-não-quer. Entende, cabeça? Não tem nada aí pra consertar. Você fez sua parte.
Aceitar é chato. Mas não aceitar é coisa de gente mimada, e eu não sou mimada. Sou garotinha, mas não mimada. “Me jogue aos lobos que eu volto liderando a matilha”. E volto mesmo. Mas quando?
Impaciência é um dos meus defeitos (talvez seja um defeito generalizado da sociedade moderna). Eu ainda tenho muito que aprender que as coisas não acontecem no meu tempo. Enquanto o tempo dá o jeito dele (o jeito especial que só ele sabe de nos cozinhar com batata e nos comer vivos) eu tento focar na parte da vida. Saber não dizer “sim” pra tudo, mas saber dizer “sim” pra muita coisa. E o que eu aprendi sobre isso de viver a vida, é que de nada adianta sem antes aceitar.
Aceitar, nesse caso, pode vir por várias vias. A. Pode significar assumir ser incapaz de fazer alguém te olhar, sorrir e pensar: quero comigo na minha viagem. B. Pode significar assumir que você estava errada o tempo todo sobre ele e ele tem um problema sério de confiança misturado com soberba que o impede de ter um relacionamento, ainda que você tente as melhores condições. C. Pode ser dizer que o tal “destino” une as pessoas certas e vocês não eram as pessoas certas.
Eu tenho 2 boas opções e uma ruim pra aceitar. E não estou usando nenhuma delas.
A. Óbvio que eu sou capaz, fiz isso a vida inteira. B. Quando eu olho pra ele só penso que tudo tem jeito. E ele às vezes olhava de volta tão tão lindo que dava vontade de inventar jeitos caso não houvesse. C. Eu não acredito em destino.
O pior é que eu sei que não aceitar vai ser minha tortura. Mas quando eu escolher um dos caminhos vou ter que deixar pra trás a esperança.
Eu sou cria desses filmes malditos de amor que HOJE eu condeno, mas já gostei. Já aluguei todos e assisti com brigadeiro ao lado e um lencinho. Não da pra aceitar e ter toda esperança ao mesmo tempo.
Por causa da esperança eu tenho o maior medo de mostrar que eu desisti e o grande fato ser que ele estava esperando eu me mostrar perseverante. Se eu desistir e tudo que ele precisava era de um tempo? Se eu desistir logo e ele pensar: nossa, que verdadeiro hem?!
O problema é que ele não está esperando nada. Na verdade, por alguns dias, ele ainda deve esperar que eu peça uma ‘saideira’, que eu deixe ele descer pro play. Pode até esperar que eu faça uma loucura apaixonada pra chamar atenção, pra ele se sentir ainda mais irresistível. E eu sei disso. E continuo aqui, escrevendo pra esquecer. Porque eu acredito que gostar de verdade tem alguma coisa a ver com passar por cima dos defeitos. Que idiota, eu tenho mesmo que mudar.
Ok, você precisa seguir este exercício:
Ele tem que deixar de ser um coeficiente na sua vida. Ele não pode mais influenciar em NA-DA. Por exemplo, se você quiser postar uma foto, música, mensagem fofa pra amigo, localização, deve fazê-lo sem se preocupar no que ele vai pensar. Você deu as chaves da sua vida pra ele porque é sim bonito isso de se deixar levar. Mostrar que você confia seu coração a alguém é a uma das muitas formas de dizer que esse alguém pode confiar em você (e certamente a mais imbecil de todas e menos eficaz). Então é hora de pegar de volta as chaves.
Controle da sua própria vida = controle da sua esperança = aceitar = viver a vida e deixar o tempo trabalhar.
“Ser paciente” é um exercício extra que deve ser aplicado todo o tempo.
Esse é o meu #30tododia
E lembre-se: “você não vai ter a bunda que você sonha, se só ficar sentada sobre a bunda que você tem”. Brincadeira. Adoro esse ditado rs…