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Amor? É o tipo de coisa que só pode ser produzido primeiro por si próprio pra depois se estender ao outro. Ninguém ama enquanto está vazio. Porque o amor não é egoísta e alguém vazio não tem o que doar. O amor quer o bem antes de querer pra si. 

Amor é quando você se põe no lugar do outro. Amor é acordar com objetivo claro e sincero de fazer o outro feliz, independente se na sua companhia ou não. O amor admira, acolhe. O amor é silencioso. Não grita, não esperneia, não se descontrola. O amor escuta para escutar e não pra argumentar.

O amor não reduz o outro. E reduzir é pegar alguém capaz de ser tanta coisa, subjugar e usar tão pouco. Deixar obsoletas as suas melhores partes. Usar como companhia, como um cuidador, como um amigo, pra transar quando da vontade e o pior de tudo: pra ter alguém pra quem dizer “Eu te amo” ou “Eu sou capaz de amar”. O amor pensa no outro por completo. E se o vê incompleto, faz de tudo. Mesmo que “tudo” seja nada mais. Mesmo que seja abrir as portas. 

O amor não prende com correntes, mas com laços. Nunca frouxo, mas nunca a ponto de machucar. Nunca ameaça, nunca coloca outro em desconforto, não usa um peso maior que outro possa suportar. Não responsabiliza o outro em nada além do papel de retribuir teu amor à altura. O amor não é abusivo e não cruza a linha do amor próprio do outro, pois antes de amar o outro ele se ama também, e por isso compreende seus limites. 

O amor é sincero, ainda que isso o coloque em uma situação que o assusta, como a eminência da perda. O amor não promete o que não pode cumprir. Porque, mais uma vez, o amor não é egoísta. Não promete fazer aquilo que não é sua essência para não frustrar nem o outro e nem a si mesmo. Parece façanha impossível dentro destas definições, mas quem ama tem foco em ser perfeito mesmo sem ter o manual. Quem se ama primeiro erra e aprimora, porque sabe que o amor ‘impossível’ traz felicidade para dois.

Eu nunca tive tanta certeza do seu amor por ela quanto eu tenho hoje. E, igualmente, nunca tive tanta certeza que ela não saberia nem como começar a te amar. Eu sinto muito por você não ter amigos que possam te explicar a diferença entre amor e dependência emocional.