E quando alguém te revira e te faz esquecer o que você foi pegar na gaveta, esquecer o leite fervendo, o arroz queimando? E quando alguém te desorienta e te faz esquecer o que você queria da vida? Te faz esquecer de beber água, de almoçar, e que você queria muito viajar em dezembro pra ver flores em gramado?
E quando Paris parece ser tão nada importante, como apenas um compromisso na agenda pra daqui a pouco, que pode ser adiado (ou adiantado) ou cancelado, a qualquer momento sem maiores pesadelos; porque teu pensamento tá ali pertinho, do outro lado da sala, vendo um seriado chato enquanto você dorme.
E quando é tão bom que você não tem tempo nem pra pensar no medo que dá de tudo mudar e voltar pro lugar chato onde as coisas estavam antes? Antes quando ser feliz assim era uma meta distante que talvez pudesse ser preenchida com as coisas mais caras do mundo. E só talvez. Mas o medo a gente deixa pra lá, né? Assim que aprendi. Deixar o depois pra depois. Mas se todo esse desespero que dá depois do fim, não vier, eu aceito. Se não acabar nunca for uma decisão, tá bom. Estou dentro.
Põe mais lenha na fogueira e vem dormir.