Quem pode saber o que é?

Pra ler junto com a música!

Não é um “pode ser”, mas é exatamente assim. Eles se gostam; muito mais do que eu poderia gostar de alguém ou do que você gostou da namorada que teve por 7 meses. Mas o sorriso deles já foi maior, as expressões mais espontâneas e o cuidado sincero. Se existisse um jeito – os dois tentariam, se fosse só uma fase – os dois passariam, se fosse apenas esperar um voltar de viagem – aguentariam firme. Se eles fossem feitos para serem feitos um para o outro… Mas quem pode saber o que é?

É difícil olhar para alguém e não conseguir ver a mesma beleza das primeiras vezes. Não por seu cansaço, mas por esgotamento. Não esgotamento da beleza, mas da definição que ela tinha, das coisas que ela te falava alto e hoje só cala e te olha em silêncio. Às vezes sorri de volta e espera que você permaneça ali por conta própria; mas assim a flor não pode crescer.

E é difícil deixar ir. A falta de certeza que está tudo certo, a falta de certeza que está realmente tudo errado. A esperança de ser passageiro, a saudade de casa, do cheiro confortável de casa. Na hora de deixar ir você pensa que meios sorrisos são melhores que nenhum sorriso. Que o cheiro do cabelo pode ser um alívio, mesmo que ele não te diga mais nada. Você pensa que as suas irritações diárias são melhores que a intensa e incômoda paz de estar sozinho.

O pior de ir embora é que você olha para os últimos dias com mais atenção que olha para os primeiros. As melhores lembranças são ofuscadas quando é alí que está a verdadeira história. Você não lê um livro pra sempre. A sua série favorita um dia termina. E no final do livro você não diz que o livro fracassou, apenas terminou de contar uma história.

Tem coisas que não são pra ser e, apenas essas coisas, não vão se atrair. Se acontecer, vai ser forçado e sem graça. Mas todas as outras que são pra ser estão por aí – prontas ou não, estão por aí. E ‘ser’ independe do tempo de duração. Cinco minutos são cinco minutos durante cinco minutos. Você pode ser por um dia, um ano, uma vida toda; o tempo não vai fazer o Ser se tornar diferente do que ele é, então quem é você pra dizer pro tempo como ele deveria reagir?

Uma coisa é muito certa: Escrever o fim dos últimos capítulos e fechar o livro dói menos e é muito mais adulto que tentar escrever na capa. Fechar a tela depois da última cena é melhor que continuar passando o filme por debaixo dos créditos; embolado e confuso. Assim você perde a chance de fazer a melhor última cena possível. Você perde a chance de, um dia, bem mais tarde, começar um livro novo com o mesmo personagem principal – agora um pouco mais velho e mais sábio que antes.

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