Feliz aniversário, infeliz realidade _ Um conto.

Dentre tantos textos e sentimentos montados na barbárie pra dor naturalmente se fazer poesia, “Na sua confusão eu me encontro. Na sua confissão eu enlouqueço.” foram duas das poucas sentenças realmente sinceras que escrevi neste blog.

Com “(…) a angústia de um rei honesto, o pesar da mãe sem braços, e a loucura de um perdedor.” saí de mim, e precisava. Foi a memória de um momento de vida próximo à paixão legítima de um jovem de 18 anos por uma criança de 22, instantânea ao momento em que dividiram um fone de ouvido pela primeira vez.

“Desculpe se te acordei” não fala de um pessoa que estava dormindo, mas literalmente de sentir acordar células do seu corpo que você não sabia que existiam. “na hora errada, pior momento.” é o pior timing mesmo, aquela fração de segundo que você só pode fazer… nada.

“(…) Se fiz tua pele abrir os olhos, as razões se contorcerem e as visões te encontrarem.” As visões montam o cenário fantasioso que nunca foi tocado e nunca aconteceu. Afinal, a verdade é crua como um sofá de três lugares ocupado por cinco pessoas, onde nenhuma delas via televisão, mas duas liam um livro.

Desculpe se te acordei.
Se fiz tua pele abrir os olhos
as razões se contorcerem
as visões te encontrarem.

Desculpe se te acordei
na hora errada, pior momento.

Com a angústia de um rei honesto,
o pesar da mãe sem braços,
a loucura de um perdedor.

Na sua confusão eu me encontro.
Na sua confissão, eu enlouqueço.

Amigo, a vida é um privilégio. Sentir que o mundo podia até acabar por dividir um livro ou um fone de ouvido é transcendental. Antes dos trinta. Mas aos 30 anos isto é apenas uma historinha. E eu não sou a Tati Bernardi que tem 37 e ganha dinheiro escrevendo histórias para garotas. Adulto precisa é de dinheiro e não de heart skipping a beat.

Feliz aniversário!

PS. Claro que a vida continua sendo um privilégio, #mimimi tem licença poética.

Para procurar digite enter e para fechar ESC